“Eu odeio o jeito que chegou. A maneira como tomou tudo, aquele sorriso que me deu no primeiro “oi”… Odeio tudo isso. A pior parte é que eu me sinto meio dividida, também. Por saber que lá no fundo eu gosto de você. Gosto de como me trata e de como se importa. Ou finge se importar, tanto faz. Porque é doído quando vai embora, e esse é o problema. O E mexesse comigo… E me virasse ao contrário… Talvez eu ficasse adeus, a ausência. Também tem a reciprocidade, claro. Eu não sinto como se ela existisse, ainda que eu a queira mais que tudo. Normalmente não costumamos ter aquilo que gostamos, isso é típico. Às vezes acontece o processo inverso: você gosta simplesmente pelo fato de não ser seu. E quando se torna, perde o encanto. Acho que esse não é o teu caso… Mas vai saber, né? Vai saber o dia em que for mesmo meu. O dia em que eu tiver pelo menos o mínimo direito de sentir ciúme ou vontade de te abraçar. Espero que chegue rápido; ou que pelo menos chegue. Que nem você fez, lembra? Simplesmente apareceu. Ocupou todo o espaço e ainda se mostrou ser meio folgado… Só queria que chegasse, e que me virasse pelo avesso. Porque eu sempre fui errada, sabe? Sempre tive meus caminhos tortos. Talvez se você viesse… certa. Sei lá, talvez.”
@RenataZaghii
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